quarta-feira, 11 de março de 2009

Como Obama usa a web para governar


A equipe que cuida da relação do governo americano com a mídia identificou três grandes princípios a serem seguidos em suas ações, estabelecidos pelo próprio presidente Obama. De acordo com as prioridades do novo governo, o uso da web como ferramenta para governar deve ser regido por três conceitos: comunicação, transparência e participação.

Comunicação.

O Youtube foi usado sistematicamente por Obama durante a campanha e mesmo depois de vencer as eleições, no período de transição com o governo Bush. Tal mídia social foi capaz de alcançar uma geração de americanos e cidadãos de todo o planeta que jamais sintonizariam nas mídias tradicionais locais para conhecer as propostas e ações do candidato e presidente eleito.

Obama promete continuar filmando suas conversas "ao pé da lareira" e postando-as no Youtube e outros sites de vídeo. Com a estréia do site WhiteHouse.gov, pela primeira vez um blog oficial da Casa Branca está no ar. Qualquer cidadão americano pode se cadastrar para receber emails com as atualizações do presidente. Através do blog, presidente Obama é o primeiro na história a ter RSS Feed (formato de distribuição de notícias para diversos leitores na web).

Durante a campanha, Obama contou com o Facebook, o MySpace e o Twitter para construir o apoio à sua candidatura, mantendo contato com os eleitores americanos e desenvolvendo uma audiência fiel. Na época, Obama tinha mais seguidores do Twitter que qualquer outro (168 mil). A página de Barack no Facebook tem mais de 4 milhões de fãs.

Transparência.

O presidente americano promete estar à frente da administração mais aberta, honesta e transparente da história. Através da seção “Your seat at the table” (Sua cadeira à mesa), o site de transição change.gov postou trechos de centenas de reuniões de trabalho do então presidente eleito. Todo o conteúdo do site de transição tinha direitos liberados para uso geral através de uma licença do Creative Commons (organização sem fins lucrativos norte-americana que redigiu e mantém a atualização e discussão a respeito de um conjunto de licenças padronizadas para gestão aberta, livre e compartilhada de conteúdos e informação).

A equipe de transição de Obama usou o site blist.com (mídia social que disponibiliza listas na web) para revelar os nomes de todos os doadores de dinheiro para o projeto de transição. Os nomes foram revelados e os dados foram disponibilizados de uma maneira que qualquer cidadão online poderia acessar e manusear.

Participação.

O governo Obama tem conduzido experiências totalmente interativas de governo. O “Livro de Briefing do Cidadão” foi uma ferramenta online muito importante que permitiu a todos os cidadãos sugerir tópicos para o programa de governo da nova administração. Uma vez postada, a sugestão recebia votos a favor ou contra, comentários e as mais bem colocadas no ranking foram encaminhadas oficialmente ao presidente. Votar, ranquear e comentar são recursos típicos de mídias sociais online.

A nova administração americana pretende inaugurar uma era de transparência e participação popular através da aplicação de ferramentas web de empresas como Google (Youtube) e Facebook, entre outras. É a democracia 2.0 em andamento.

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

É isso aí... o futuro! Tom Petters fazia duras críticas aos EUA em seu livro REIMAGINE, comparando o país a uma empresa pesada e pouco flexível (que foi derrubada por um pequeno grupo de terroristas rápidos e flexíveis no 11 de setembro). Quem sabe estes não sejam os primeiros passos para o país voltar a boa forma.

Mas voltando ao youtube, faltou no texto apenas mencionar a séries de vídeos SURREAIS em favor do candidato com uma gostosa chamada de Obama Girl. Vários virais que entraram para o topo de acessos onde uma gata dança, finge que é uma heroína, e canta musicas românticas para o presidente.
Uma produção independente de algum aficcionado ou uma puta estratégia de comunicação do dpto de marketing de obama?

Rodrigo Romano disse...

A campanha sem dúvida nenhuma foi pioneira, agora vamos ver se o produto é bom mesmo.
É ver para crer.